Demeùre des Dièx

Assunto: Demeùre des Dièx Sex Jan 23, 2009 2:32 pm

Paredes revestidas de tijolos e adornos. Janelas quadradas e telhados renascentistas. Um perfeito exemplo francês de neoclassicismo. Elementos retos que combinados formavam a graça da cultura francesa naquela construção. Tudo isso deveria ornar muito bem no ápice o século XIX quando hospedara as ilustres criaturas da época. Agora, parecia abandonado e perdido pelo tempo. Muitos perguntavam-se porque não restaurar o belo lugar. O hotel sempre estava ali, e era visto de longe, ninguém ousava aproximar-se.

A verdade era simples. Aquele não era um hotel qualquer e nem era abandonado. Ali hospedavam-se muitos bruxos e com o mais alto luxo. O lugar possuía magia o bastante para intrigar os trouxas da cidade, sem que eles quisessem se hospedar ali. Quanto aos turistas que chegavam, nunca chegavam a ficar. Um balconista sempre os indicava um outro estabelecimento e para lá os turistas seguiam.

Para os bruxos, o prédio era luxuoso e intensamente revestido por carpetes vermelhos. Nas paredes, castiçais iluminavam os longos corredores. As curvas de gesso e a iluminação acoplada anunciavam um ar de esquecido, de riqueza e poder; características de uma França inesquecível.

As portas retas, de madeira nobre, davam entrada para quartos suntuosos e nostálgicos. A pintura de tom amarelo acompanhava a coloração do fogo e convidava ao hóspede a adentrar e ficar para sempre naquele luxo. As camas eram grandes, de um colchão mole como pluma; era coberta por colchas douradas e macias com travesseiros leves como a fumaça que exala um bom café francês.

No restaurante os melhores cardápios, servidos em mesas pequenas, feitas para comportar poucas pessoas em cadeiras toné. As mesas são decoradas conforme as estações e ou comemorações. Cada cor representa uma ocasião e assim os hóspedes sentem a sutileza da comida que ali se serve.

Salas de estar estão espalhadas por todo o térreo para o conforto de pequenos grupos. Nelas reúnem-se de turistas a conterrâneos da cidade. Ali falam sobre arte, política, vida. As conversas ecoam pelos corredores, lembrando a todos de onde se encontram. No luxo. Não era o hotel, pois, apenas um local de descanso. Dali exalavam todos os valores da cidade dos cafés e dos adornos franceses.